Death Note: História Completa, Personagens, Curiosidades e Estratégias do Anime Mais Inteligente de Todos os Tempos

Descubra tudo sobre Death Note nesta análise completa: a história dividida em 5 partes, os 7 personagens principais, estratégias brilhantes de Light e L, e 10 curiosidades imperdíveis sobre o anime que revolucionou o gênero psicológico. Uma leitura essencial para fãs e novos espectadores!

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Introdução

Poucas obras no universo dos animes conseguiram impactar tanto o público como Death Note. Criada por Tsugumi Ohba (roteiro) e Takeshi Obata (arte), a série combina suspense, dilemas morais e jogos psicológicos com uma profundidade filosófica que a diferencia da maioria dos animes shounen. Death Note não é apenas uma história de ação: é um estudo sobre o poder, a justiça e o abismo entre herói e vilão.

Neste artigo, vamos explorar o universo de Death Note em detalhes — passando pelo contexto da obra, sua história em cinco partes, os principais personagens e curiosidades que até mesmo fãs de longa data podem não conhecer.

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Trailer/Abertura

Contexto Inicial (Ambientação)

Death Note foi publicado originalmente como mangá na revista semanal Weekly Shōnen Jump, entre dezembro de 2003 e maio de 2006, com um total de 12 volumes. O sucesso foi tão grande que a obra rapidamente ganhou adaptação em anime (2006–2007), filmes live-action, novel, jogos e até uma adaptação americana pela Netflix (com recepção polêmica).

A trama gira em torno de um caderno sobrenatural que permite ao seu portador matar qualquer pessoa, desde que conheça seu rosto e nome. Esse poder acaba caindo nas mãos de um brilhante estudante japonês, Light Yagami, e desencadeia uma guerra ideológica contra o crime — e contra aqueles que tentam detê-lo.

Resumo da História / Narrativa

O Nascimento de Kira e o Primeiro Jogo de L

Tudo começa quando Light Yagami, um estudante brilhante e entediado com o mundo à sua volta, encontra um misterioso caderno preto no chão da escola. É o Death Note, um artefato sobrenatural capaz de matar qualquer pessoa cujo nome seja escrito nele — desde que o rosto da vítima seja visualizado. O caderno pertence a Ryuk, um shinigami que o deixou cair no mundo humano apenas por diversão. Light rapidamente testa o poder do caderno e inicia sua cruzada pessoal contra criminosos, assumindo a identidade de “Kira”, e se colocando como o juiz e executor de um novo mundo ideal. Os assassinatos em massa chamam a atenção mundial e levam à criação de uma força-tarefa internacional. É aí que entra L, um detetive excêntrico, genial e anônimo. Em um movimento ousado, L transmite uma isca na TV, fingindo ser ele mesmo e dizendo que Kira será pego. Quando Light mata o “falso L” em rede nacional, L já sabe que Kira está em uma região específica do Japão. Assim começa um embate intelectual entre duas das mentes mais afiadas do mundo.

L e Light Frente a Frente — Mentiras e Manipulações

L vai além: infiltra-se na vida de Light, revelando-se pessoalmente e o convidando a participar da investigação contra Kira. Light aceita o desafio com frieza, entrando literalmente no campo inimigo. L passa a observar cada passo de Light, e os dois iniciam um jogo psicológico constante, onde qualquer deslize pode ser fatal. Durante esse tempo, surge uma nova complicação: Misa Amane, uma fã de Kira e também usuária de um segundo Death Note, entregue por outro shinigami, Rem. Misa faz o pacto dos olhos — uma troca de metade de sua expectativa de vida pela capacidade de ver os nomes das pessoas apenas olhando para seus rostos. Isso a torna um recurso valioso para Kira. Para despistar L, Light elabora um plano meticuloso: ele e Misa renunciam temporariamente à posse de seus Death Notes, apagando as próprias memórias. Enquanto isso, um novo Kira surge — um executivo corrupto que recebe o caderno e continua os assassinatos. Esse arco mostra uma das jogadas mais inteligentes de Light: ele planeja até a própria amnésia, confiando que suas memórias e o caderno seriam restaurados no momento certo para recuperar o controle e eliminar seus inimigos.

A Armadilha de L e a Tragédia de Rem

Após diversas investigações, L consegue isolar Misa e descobrir sua ligação com Kira. Ele a prende em confinamento solitário por semanas, tentando forçá-la a revelar informações. Light, que também está detido voluntariamente, permanece firme, esperando a ativação de seu plano. Quando suas memórias retornam, ele imediatamente elimina o atual Kira e retoma a posse do caderno. Com tudo em mãos, Light manipula Rem para matar L e Watari — uma jogada fria e arriscada. Rem, que tem sentimentos por Misa, quebra a regra fundamental dos shinigamis e mata para protegê-la, o que leva à sua própria destruição. L morre nos braços de Light, sem nunca ter conseguido provar sua culpa. É um dos momentos mais chocantes do anime, tanto pela morte do maior rival intelectual de Kira quanto pelo cinismo de Light, que esconde sua vitória atrás de lágrimas falsas. A partir daí, Light assume a posição de “novo L” dentro da força-tarefa, ganhando acesso direto às investigações. Agora sem adversários, ele inicia seu reinado absoluto, manipulando a todos com sua fachada de justiça.

O Reinado de Kira e a Dúvida Dentro da Força-Tarefa

Com L morto, Light reina como o novo L e como Kira, guiando investigações falsas enquanto continua a julgar criminosos no mundo todo. O medo se espalha e as taxas de criminalidade despencam, mas a que custo? A força-tarefa segue sob sua liderança, mas rachaduras começam a surgir. Soichiro Yagami, seu pai, continua confiando no filho, mas vive dividido entre o dever como policial e o instinto paterno. Aizawa, um dos membros mais experientes da equipe, começa a desconfiar de Light e investiga-o por conta própria, criando tensão dentro do grupo. Light mantém uma relação secreta com Kiyomi Takada, sua antiga colega de universidade e agora porta-voz oficial de Kira, enquanto ainda manipula Misa nas sombras. Ele divide tarefas entre elas, usando Takada para eliminar adversários como se fosse a verdadeira Kira. Em paralelo, a força-tarefa americana revela dois novos nomes: Near e Mello — sucessores de L, criados no mesmo orfanato. O equilíbrio começa a ruir. Enquanto Light se torna mais arrogante e metódico, seus adversários se aproximam em silêncio. Os primeiros erros reais de Kira estão prestes a acontecer.

Near, Mello e o Fim do Deus do Novo Mundo

Mello toma a iniciativa: sequestra Sayu, irmã de Light, para chantagear Soichiro e obter o Death Note. O plano é bem-sucedido, mas deixa rastros. Soichiro, desesperado, faz o pacto dos olhos para tentar matar Mello, mas é fatalmente ferido e morre sem concluir sua missão. Enquanto isso, Near começa a trabalhar em conjunto com a força-tarefa japonesa, questionando cada passo de Light. Aizawa revela suas descobertas e fortalece a investigação contra ele. Near traça um plano final: expõe Mikami, um novo seguidor fanático de Kira, e o manipula para confirmar a localização do caderno verdadeiro. No confronto final em um galpão, Near reúne a equipe e confronta Light. Mikami escreve os nomes de todos no Death Note — mas nada acontece. Near havia trocado o caderno por uma réplica falsa. Light é desmascarado diante de todos e, em desespero, tenta justificar suas ações, afirmando que criou um mundo melhor. Matsuda, em choque e fúria, atira contra ele. Ferido e derrotado, Light tenta fugir, mas Ryuk, fiel ao que havia dito no início, escreve seu nome no caderno. O deus do novo mundo morre solitário, e o mundo segue em frente — lembrando-se do dia em que a justiça quase virou tirania.

Light Yagami (Kira)

O protagonista e antagonista da história. Um estudante prodígio que encontra o Death Note e decide usar seu poder para eliminar criminosos e se tornar o “deus de um novo mundo”. Inteligente, manipulador e extremamente ambicioso, Light acredita que está fazendo justiça, mas seu senso de moralidade se deteriora à medida que mergulha no papel de Kira. Sua jornada é uma queda progressiva da ética à tirania.

L (Lawliet)

O lendário detetive que assume a missão de capturar Kira. Excêntrico, lógico e extremamente perspicaz, L representa a antítese de Light — buscando justiça dentro das leis humanas. Apesar de sua aparência estranha e comportamento peculiar, ele é estrategista e corajoso. Seu embate com Light é um dos duelos mentais mais icônicos da história dos animes.

Misa Amane

Uma modelo famosa e apaixonada por Kira, a quem considera um salvador. Após receber um Death Note de um segundo shinigami, Misa se torna a segunda Kira. Ela faz o pacto dos olhos, encurtando sua vida em troca da habilidade de ver nomes, o que a torna uma peça estratégica para Light. Misa é emocionalmente instável, intensa e muitas vezes manipulada por Light.

Ryuk

O shinigami que deixa cair o Death Note no mundo humano por puro tédio. Ele observa os eventos com neutralidade, nunca intervindo diretamente, apenas observando o caos que se desenrola. Seu gosto por maçãs e seu senso de humor mórbido contrastam com a seriedade da trama, tornando-o um personagem memorável.

Near (Nate River)

Um dos sucessores de L, criado no orfanato Wammy’s House. Near é calmo, metódico e um gênio analítico. Apesar de sua aparência infantil, lidera uma força-tarefa internacional com precisão cirúrgica. Ele é quem finalmente desmascara Light, mostrando que a verdadeira justiça pode triunfar sem recorrer à violência.

Mello (Mihael Keehl)

O segundo sucessor de L. Impulsivo, agressivo e emocionalmente intenso, Mello contrasta fortemente com Near. Rejeita a lógica pura e opta por caminhos arriscados, como se aliar à máfia e realizar sequestros. Apesar de seus métodos controversos, suas ações são fundamentais para a derrota de Kira. Sua rivalidade com Near impulsiona o clímax da história.

Soichiro Yagami

Pai de Light e chefe da força-tarefa japonesa. Um homem justo, honrado e comprometido com a lei. Soichiro é o personagem mais trágico da série, pois luta entre seu dever como policial e seu amor de pai. Mesmo quando começa a duvidar de Light, ele se recusa a acreditar que seu filho possa ser Kira. Morre tentando proteger sua família, sem nunca saber toda a verdade.

Personagens Principais e Evolução
Curiosidades / Extras
  • Inspiração Sombria: Tsugumi Ohba se inspirou em histórias policiais e filmes psicológicos para criar o tom sério e sombrio da série.

  • Ryuk Ama Maçãs: A obsessão de Ryuk por maçãs foi uma decisão dos criadores para torná-lo mais carismático e memorável.

  • A Teoria dos Olhos: Fãs calculam que Light teria perdido metade de sua vida se aceitasse o "pacto dos olhos", mas ele recusa para preservar sua vantagem.

  • Final Alternativo: O mangá e o anime têm pequenas diferenças no final, incluindo o comportamento de Light e como ele enfrenta a morte.

  • Crítica Social: A série levanta debates sobre justiça, moralidade, punição e o sistema jurídico mundial.

  • Death Note é Banido: O mangá foi proibido em países como China e Rússia, alegando que influenciava comportamentos violentos.

  • Wammy’s House é Realista: A ideia de um orfanato para gênios é inspirada em projetos reais de acolhimento para crianças superdotadas.

  • Live-actions e Musicais: Além dos filmes, Death Note foi adaptado em peças teatrais e até em um musical no Japão.

  • L é Canhoto: Um detalhe sutil, mas usado para dar mais personalidade ao personagem — ele segura objetos com a mão esquerda.

  • O Nome Verdadeiro de L: No mangá, é revelado como L Lawliet, algo que nem mesmo Light descobre durante o jogo mortal entre os dois.

Death Note é uma obra que desafia os limites da moralidade, da justiça e da psicologia humana. Com uma narrativa densa e personagens profundamente complexos, a série provoca o espectador a refletir sobre até onde alguém pode ir acreditando estar fazendo o bem. Light Yagami, inicialmente movido por um senso distorcido de justiça, se transforma aos poucos em um símbolo de autoritarismo, enquanto seus opositores — L, Near e até Mello — revelam que inteligência e ética não precisam andar separadas.

A história é marcada por reviravoltas, estratégias elaboradas e um duelo de mentes que permanece até hoje como um dos confrontos mais intensos e memoráveis do mundo dos animes. A tensão construída entre Light e L, seguida pela luta final entre Near e Kira, é um verdadeiro estudo de personagens e poder.

O impacto cultural de Death Note é inegável. A série continua a inspirar discussões, teorias, cosplays, fanarts e adaptações ao redor do mundo. Mesmo anos após sua estreia, ela ainda é usada como referência para debates éticos e como exemplo de narrativa inteligente e provocadora.

No fim, Death Note nos lembra de uma lição simples, porém poderosa: ninguém deve ter o poder de decidir quem vive ou morre. E que, em um mundo onde a justiça é manipulada por mãos humanas, é a integridade — e não o poder — que deve prevalecer.